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Pouca idade, grandes mudanças: as marcas da pandemia para uma geração

Entre brincadeiras e preocupações, as crianças precisam lidar com a nova rotina em casa, com novas responsabilidades e, em alguns casos, até com a violência

Foto: Taylor Brandon

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, em março de 2020, a pandemia do Sars-Cov-2. Desde então, o mundo todo precisou se adaptar. Com medidas restritivas visando a prevenção da contaminação, muitas pessoas deixaram de sair de casa, outras perderam a vida ou familiares para a Covid-19. 

De diferentes formas, a pandemia afetou a todos, inclusive as crianças. Os pequenos deixaram de frequentar a escola, de interagir com os colegas. De repente, a sala de casa se tornou o gramado do parque, as brincadeiras coletivas se tornaram jogos digitais. Com a mudança de rotina, muitos menores perderam também a rede de proteção, como a escola, e ficaram mais suscetíveis a violências dentro de casa. 

Apesar de não serem as principais vítimas da Covid-19, são vários os impactos da pandemia na vida das crianças.

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Uma nova rotina em casa

"Eu sinto falta disso, eu queria tocar nas mãos, dar abraço, mas agora não pode. É culpa do coronavírus”

Ana Júlia, 5 anos

meio

Assim como os adultos, as crianças tiveram que se adaptar a uma nova realidade imposta pela necessidade de distanciamento social e das demais medidas de enfrentamento da Covid-19 nestes últimos 17 meses. A maioria delas teve que conciliar a vida em casa com a família, acostumar-se com as aulas online e entender o afastamento dos amigos, bem como aprender os cuidados necessários para conter o avanço do novo coronavírus e lidar com perdas de familiares e amigos para a doença.

Se nem os cientistas sabem com certeza todas as consequências da Covid-19 para os seres humanos, imagine uma criança. Com pouca idade, é difícil compreender exatamente o que está acontecendo e ter que lidar com tantas restrições. Para Leonardo Melo, de cinco anos, a pandemia significa “usar máscaras” e o coronavírus é “chato”. A mãe do Leo, Luciana Melo, é estudante de Jornalismo da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e, como o pai de seu filho, também trabalha o dia todo. 

Ao início, ter os pais em casa foi empolgante para Leo, até que ele percebeu que na verdade eles estavam o dia todo no computador e que não poderiam lhe dar atenção. De acordo com Luciana, logo depois desse período inicial, o tédio de não ter o que fazer e nem com quem brincar, fez com que o filho alterasse completamente o comportamento. 

Mesmo que não compreendam totalmente o que se passa além dos muros de casa, as crianças enfrentam dilemas e sofrem com a falta de espaço e de interações. Vinícius Echermann, de 12 anos, mora com os pais, sua irmã Jéssica, de 19 anos, e seu irmão Rafael, de sete. Ele afirma que as relações em casa não estão muito boas, e que o contato com seus amigos também foi prejudicado pela pandemia. “Minha relação com meus amigos ficou bem baixa, porque a comunicação só era pelas aulas online, mas agora que voltou presencial a gente está se falando mais”. Agora, ele está de volta às salas de aula, com o retorno das aulas presenciais - o que também melhorou o seu desempenho na escola. “Tive bastante dificuldades [com o ensino à distância], as minhas notas caíram bastante, mas agora que voltou presencial, estou voltando com toda a força”, reconhece.

Assim como Vinícius, seu irmão mais novo também teve dificuldades para se adaptar às atividades online e enfrentou problemas para estudar longe da escola. Além disso, como conta Rafael, a relação com os amigos passou a ter mais uma companheira: a máscara.

“Eu com prazos, com coisas para entregar, o Fábio [pai do Leonardo] também, e a gente faz o que com uma criança dentro de um apartamento?”

Luciana Melo, mãe do Leo

Já que não era possível ir para a escola e nem encontrar os colegas, todos os contatos passaram a ser digitais, e também o entretenimento. Rafael e Vinícius dizem que começaram a ficar mais tempo em frente ao computador, seja assistindo às aulas ou jogando games. Esse também foi o caso do Leo. Luciana conta que, no começo da pandemia, o filho chegou a passar o dia todo no tablet. “Eu com prazos, com coisas para entregar, o Fábio [pai do Leonardo] também, e a gente faz o que com uma criança dentro de um apartamento?”, recorda. 

Passar mais tempo em frente às telas durante a pandemia foi realidade para a maioria das crianças, não só para Leo, Rafael e Vinícius. Um estudo conduzido nos Estados Unidos pela empresa Super Awesome estima que, nos dois primeiros meses da crise sanitária (maio e abril de 2020), as crianças de seis a 12 anos do país passaram pelo menos metade de seu tempo conectadas a celulares, computadores e tablets. Outra pesquisa, realizada na cidade de Ohio durante maio e junho do ano passado, verificou que o tempo de tela de alunos do jardim de infância de baixa renda praticamente dobrou, alcançando 6,6 horas diárias, segundo artigo publicado na revista científica Journal of Developmental & Behavioral Pediatrics. 

Além do maior contato digital, ficar mais tempo em casa também significa um menor contato com a natureza, o que pode ser prejudicial, já que, conforme orienta a Sociedade Brasileira de Pediatria, este contato oferece vantagens para a vida toda. Entre os benefícios de brincar ao ar livre estão o bem-estar mental, o controle de doenças crônicas, o favorecimento do desenvolvimento do sistema neuropsicomotor e a menor chance de desenvolver doenças no futuro. 

Mas, com a pandemia, ter contato com a natureza nem sempre é possível, sobretudo para as crianças. Vinícius, por exemplo, é escoteiro e saía todos os sábados para fazer exercícios. Porém, com o isolamento social, as atividades de seu grupo foram suspensas. Preocupados com essa questão, Luciana e Fábio, os pais de Leo, escolheram a escola do filho justamente por causa da presença de atividades ao ar livre e o contato com animais - e começaram a torcer para que as aulas presenciais voltassem, para que Leonardo pudesse ter essas experiências. 

“Mesmo que a gente não tivesse a dinâmica diária de contato com a natureza antes da pandemia, aos finais de semana nós conseguíamos levar ele para um parque. E é essa relação que a gente procurou com a escola do Leo, que tem bichinhos, plantas e flores. Não ter isso impactou diretamente em um primeiro momento”, explica Luciana, recordando os primeiros meses do ano passado, quando as aulas estavam suspensas.  

Para sanar a falta de contato com o ambiente exterior causada pelo isolamento, Cláudia Tokarski, professora da rede municipal de Curitiba e mãe de três filhos, faz questão de levá-los para a chácara da família aos finais de semana. Para ela, essa é a melhor alternativa para conseguir desconectar as crianças, que passaram a ficar mais tempo em frente ao computador. “Lá não tem internet, então eles vão jogar bola, vão correr. É o momento que eles têm para extravasar e colocar para fora aquela energia que eles vêm a semana inteira guardando”, explica Cláudia. 

“É difícil ficar mais de quatro horas no computador, eu ficava triste porque não conseguia me acostumar direito”

Miguel Tokarski, nove anos

Passar mais tempo no computador não significa que o aproveitamento em frente à tela também tenha crescido. Para Miguel Tokarski, de nove anos, o processo de adaptação ao ensino remoto foi demorado. “É difícil ficar mais de quatro horas no computador, eu ficava triste porque não conseguia me acostumar direito”, ele relembra. Como Cláudia conta, apesar de ter sido um processo difícil, Miguel conseguiu se adaptar. Ele voltou a frequentar as aulas presenciais, mas quando as aulas são em casa, ele já consegue acompanhar sozinho. “No começo, ele chegava a chorar e reclamava que não queria assistir às aulas, mas ele foi se acostumando e agora já tem até mais autonomia, eu não preciso mais ficar com ele para garantir que ele acompanhe as aulas”, relata Cláudia. 

Cibelle Hollanda Sá, mãe da Ana Júlia Silva, de cinco anos, não percebeu um aumento do tempo de tela da filha, mas sim outras mudanças de comportamento durante o momento pandêmico. “Com o isolamento social, ela ficou mais apegada a nós [os pais]. Desde o começo da pandemia ela está dormindo na nossa cama”, Cibelle conta. 


A relação que a Ana Júlia tem com as outras pessoas também foi afetada. Segundo Cibelle, a filha é uma criança que preza pelo contato físico e gosta de abraçar, porém agora precisa se conter. Cibelle conta que antes da Ana Júlia voltar ao ensino presencial, a filha pedia para acompanhar a mãe durante a entrega dos bolos que vendia dentro do condomínio onde moram, pois ela tinha um “desespero para ver gente”. 


Para diminuir os impactos causados pelo isolamento social, Ana Júlia voltou a frequentar a escola durante apenas meio período. Cibelle conta também que o tempo de isolamento fez com que a necessidade social da filha aumentasse. “Eu sinto falta disso, eu queria tocar nas mãos, dar abraço, mas agora não pode. É culpa do coronavírus”, lamenta Ana Júlia. 

comportamento

Alterações de comportamento na pandemia

“O próprio sentimento nervoso que nós como adultos sentimos, nós acabamos passando um pouco para ele. Cada vez que a gente falava do assunto, ele percebia como era grave”

Nayara, Mãe do Arthur

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As crianças não representam os maiores índices de infecção por Covid-19, mas isso não significa que elas não podem ter a doença. Segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Pediatria, baseado em dados do Ministério da Saúde, 16.695 crianças e adolescentes menores de 20 anos foram hospitalizados com a doença até maio de 2021 e, destes, 1.324 faleceram por causa da infecção.

Como esclarece a professora do Departamento de Patologia Básica da UFPR, Patrícia Dalzoto, a faixa etária não costuma ser afetada pela forma grave da Covid-19, como os adultos e idosos. Entretanto, a professora alerta que é importante manter os cuidados de prevenção e o avanço da vacinação para que seja possível garantir o retorno seguro das aulas presenciais.

Patrícia Dalzoto - Professora do Departamento de Patologia Básica da UFPR
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Um retorno seguro, como ressalta a psicóloga que atuou como Secretária Estadual da Criança e da Juventude do Paraná entre 2008 e 2010, Thelma Alves de Oliveira, é fundamental para que a escola possa cumprir a função de oferecer uma experiência de socialização e de amizade, ao invés de paranóia, pois o ensino presencial durante este período de incertezas pode não ser totalmente benéfico para as crianças. Ainda segundo a psicóloga, é importante considerar que o acesso ao ensino remoto não ocorre de forma igualitária entre estudantes da rede pública e os de escolas particulares, já que as condições socioeconômicas são fatores que podem determinar se a criança tem equipamentos para dar continuidade aos estudos em casa. 

Thelma Assis de Oliveira - Entre 2008 e 2010, foi Secretária Estadual da Criança e da Juventude do Paraná
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As mudanças no dia-a-dia das crianças, ocasionadas pela necessidade de ficar em casa, fizeram com que os pais e responsáveis notassem alterações de humor e de comportamento, além da desaceleração do ritmo de aprendizagem dos pequenos durante o período de isolamento. É o caso de Nayara Priscila de Souza, mãe do Arthur, de cinco anos, que conta que o filho sempre foi muito agitado, mas, no início da pandemia, não tinha como gastar energia dentro de um apartamento, o que o deixava cada vez mais nervoso. Assim, a família decidiu se mudar para uma casa com quintal, também pensando no segundo filho, que deve nascer em breve.


Para garantir a aprendizagem de Arthur, Nayara passou a acompanhar o filho nas tarefas da escola durante o período de ensino à distância, mas sente que ele pode ter algum prejuízo quando voltar a frequentar as aulas na escola. “Tento estudar com o Arthur em casa para que ele não sinta um impacto tão grande quanto tudo voltar”, expõe. 

Nayara Priscila de Souza - Mãe do Arthur
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No entanto, a psicóloga na chácara Meninos dos Quatro Pinheiros, localizada em Mandirituba, na Região Metropolitana de Curitiba, que  atua junto a crianças e adolescentes em vulnerabilidade social, Ana Paula Cantelli, alerta que a pandemia pode ocasionar em problemas e retrocesso na capacidade de socialização e dependência dos pais. Ela enfatiza que é preciso que pais e responsáveis estejam mais atentos aos comportamentos das crianças e que tomem cuidado para não passar a sensação de que elas são incapazes de realizar atividades sozinhas.    


Outra preocupação de pais e especialistas durante a pandemia é a saúde mental das crianças. De acordo com o professor do Departamento de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP), Guilherme V. Polanczyk, mesmo que elas não sejam as principais vítimas do coronavírus, o impacto mental da pandemia para as crianças pode ser igual ao dos adultos. Em artigo publicado no Jornal da USP, o professor explica que, quando a criança recebe estímulos emocionais devastadores, seu cérebro pode não ser capaz de os interpretar, resultando em transtornos mentais, como a depressão infantil e a ansiedade. 

Nayara não notou impactos psicológicos graves no filho, apenas o nervosismo causado pela falta de espaço. Porém, ela acrescenta que Arthur ficou preocupado ao notar que os pais estavam ansiosos. “O próprio sentimento nervoso que nós como adultos sentimos, nós acabamos passando um pouco para ele. Cada vez que a gente falava do assunto, ele percebia como era grave”, explica. 


Para Thelma, a população deve reconhecer que a pandemia apresenta grandes impactos para as crianças, sejam estes físicos e/ou psicológicos, mas o governo também deve propor políticas públicas que possam melhor atender a elas. Além disso, ela destaca que a pandemia não atinge a todas as crianças da mesma maneira, já que as que vivem em vulnerabilidade social enfrentam mais dificuldades no momento. 
 

Thelma Assis de Oliveira - Entre 2008 e 2010, foi Secretária Estadual da Criança e da Juventude do Paraná
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Mais perigos atingem as crianças

“Todo cidadão deve prestar atenção ao seu redor, na vizinhança, no seu ciclo social e denunciar os casos de violência infantil”

Gabriela Reyes, Professora da UFPR

violência

Convivendo há 17 meses com incertezas e o perigo de um novo vírus, hoje já se pode notar o que aconteceu com as crianças entre os limites de nossas casas. 

As crianças de 0 a 12 anos foram reféns de uma situação que não entendiam e isso trouxe consequências. Os índices de violência contra essa faixa etária durante a pandemia atingiu um novo patamar. Cyberbullying, abuso sexual, automutilação, estão entre os perigos que colocaram pais, tutores e professores em um novo estado de alerta.

De acordo com a presidente da Associação de Conselheiros Tutelares do Paraná, Jussara Gouveia, registrou-se grande aumento nos números de tentativas de suicídio, automutilação e casos de depressão no período da infância e adolescência durante a pandemia. “A pobreza também aumentou, de um modo geral, o que traz como consequência conflitos familiares e insegurança alimentar, assim como as separações de casais e disputas de guarda na justiça”, explica.

 

Segundo Jussara, o trabalho infantil também sofreu um grande crescimento, uma vez que cuidadores necessitaram sair de casa e não puderam contar com a rede de apoio escolar, deixando os filhos sob responsabilidade dos irmãos mais velhos ou com vizinhos, ainda crianças. “Vale ressaltar que o Conselho Tutelar analisa todo o contexto de uma família e pode não considerar uma situação como abandono de incapaz, dado que por vezes são urgências e situações inevitáveis dos responsáveis pela criança”, aponta.

“A pobreza também aumentou, de um modo geral, o que traz como consequência conflitos familiares e insegurança alimentar, assim como as separações de casais e disputas de guarda na justiça"

Jussara Gouveia, presidente da Associação de Conselheiros Tutelares do Paraná

A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro percebeu, segundo levantamento próprio, que as meninas foram as principais vítimas das denúncias de violência contra a criança na cidade, representando 58,3%. De acordo com os dados, em 2020 foram realizadas 1.494 notificações de violência contra crianças e até maio de 2021 a Secretaria já tinha contabilizado 410 casos. Crianças pretas e pardas foram o maior alvo das violências, totalizando 66%.

Conforme dados coletados em dezembro de 2020 pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância, a UNICEF, o Instituto Sou da Paz e o Ministério Público do Estado de São Paulo, 75% dos casos de violência doméstica e sexual contra crianças e adolescentes correspondem a estupro. Desses casos, também foi constatado que, em 90% deles, o agressor é alguém de dentro do círculo familiar.

"[A violência infantil] aumentou justamente pelas crianças ficarem em casa, porque a escola é proteção"

Gabriela Reyes, professora da UFPR

"[A violência infantil] aumentou justamente pelas crianças ficarem em casa, porque a escola é proteção", constata a professora do Setor de Educação da UFPR, Gabriela Reyes. O que significa que a falta da escola é prejudicial, já que em um ambiente com profissionais qualificados, os indícios de violência infantil são detectados de forma mais rápida.

Com o maior tempo na internet, os meios digitais representam mais um perigo às crianças. A Associação de Combate à Pornografia Infantil na Internet divulgou que, na primeira quinzena depois do início do isolamento, o número de denúncias aumentou em 190%. No primeiro semestre de 2020 o órgão recebeu 42 mil denúncias. Em combate aos casos de pedofilia, a Polícia Federal comandou 84 operações prendendo 32 pessoas até setembro de 2020. 

Em países da América Latina, há também o aumento nos casos de violência sexual e, consequentemente, existe um crescimento dos casos de gravidez na adolescência. Conforme estimativa do Fundo de População da ONU (UNFPA), a região registra a segunda maior média de gravidez na adolescência do mundo, marcando 66,5 nascimentos por 1.000 meninas entre 2010 e 2015. Os números se dão pela falta de políticas públicas voltadas para o planejamento familiar, acompanhada dos casos de violência sexual. Na Colômbia, foram denunciados cerca de 22 casos de abuso sexual contra meninas por dia desde o início do isolamento até o final de junho de 2020, segundo pesquisa realizada pela organização não-governamental Plan Internacional. No Peru, foram 17 mil chamadas sobre violência sexual contra crianças nos primeiros 107 dias de isolamento. 

O Fundo da População das Nações Unidas estimou que a pobreza e gravidez indesejada seriam os motivos pelo crescimento de casamentos de menores. O órgão prevê que o atraso causado pela pandemia nos programas de prevenção a esse tipo de prática resulte em mais de dez milhões de casamentos de menores de idade na próxima década.

Como alerta Gabriela, há uma grande variedade de tipos de violência infantil. Os abusos podem ser físicos, psicológicos e também casos de negligenciamento. De acordo com a professora, a negligência pode ser educacional, alimentar, estrutural, de saúde, afetiva e são os casos mais comuns, pois não são visivelmente perceptíveis - machucados físicos são mais facilmente descobertos, já outros abusos ficam por vezes escondidos - e, para ela, pode causar danos na mesma proporção ou até maiores que outros tipos.

“Segundo o artigo 277 da Constituição Federal, é dever da família, da sociedade e do Estado proteger as crianças. A violência acontece porque a sociedade permite. Todo cidadão deve prestar atenção ao seu redor, na vizinhança, no seu ciclo social e denunciar os casos de violência infantil”, finaliza a professora. As denúncias podem ser feitas por qualquer telefone de emergência, como 190 (Polícia Militar), 181 (Polícia Civil) ou 156 (prefeitura da cidade).

Seja na saúde física e mental, no convívio social, na aprendizagem ou na violência, a pandemia mudou a vida das crianças de modo único e particular para cada uma. O “novo normal” alterou completamente não apenas o cotidiano das pessoas ao redor do mundo, mas também o que é ser criança. Agora, além de brincar, os pequenos possuem responsabilidades, como usar máscara e álcool em gel para não contaminar a si e aos outros, e também desenvolvem  inseguranças e preocupações que certamente vão marcar uma geração.

Quem faz
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Produção &
Orientação

Produzido por Deyse Carvalho, Isabela Stanga e Lorenzo Gusso com orientação de Elson Faxina

Audiovisual

Edição e produção por

Lorenzzo Gusso

Captação de Imagem e som por Stephanie Pereira

Fotografia por Munira Bark

Redação

Escrito por Deyse Carvalho, Isabela Stanga, Letícia Ribeiro e Munira Bark.

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